GRUPO BWG MAM

BWG

Ricardo Barreto Ricardo Woo Marina Godoy

 

A postura pós-moderna criou uma mudança de se pensar a arte que permitiu uma amplitude de visões quanto às determinações acadêmicas do fazer artístico e uma abertura nas reflexões oriundas da arte.

            Estas novas atitutes chegaram a ser métodos de trabalho que produziram uma arte de grande interesse, mudando a forma convencional ecultura & pintura, criando-se uma sensibilização para uma arte cultural, étnica, social e pública; uma arte (não estabelecido), e, criado também uma inconstância quanto a práctica dos códigos determinadores do que seria arte.

Certamente foram os desencantos biológicos e as questões sociais que proporcionaram o impulso para uma revalidação dos critérios artísticos empregado ao artista uma autonomia com relação à sua produção e criando a necessidade dele mesmo articular sua própria postura teórica. 

Tradições culturais alternativas, democráticas e socialistas, marcadas por uma arte que não quer sustentar o establishment cultural, que não quer manter as pretenções estéticas pré-estabelecidas, se propagaram… fora das instituições, ou ainda, dentro delas, como um sistema denunciador da indústria cultural, do mass-media e da publicidade.

É o caso, no Brasil, no grupo paulista BWG , Que vem realizando desde 1990, em materiais significativos uma pesquisa onde “o modo de fazer” é o centro de interesse. As instalações são basicamente acontecimentos paradoxais , Onde o próprio espaço é matéria de indagação, muitas vezes os conceitos são articulados em signos metonímicos que convidam o espectador a experimentar num ambiente, reflexões e até mesmo questionamentos.

Seja num acontecimento histórico (aniversário da cidade de São Paulo), Como foi o caso da instalação 437 fragmentos, no museu de Imagem e Som, em 1991 onde o grupo trabalhou com elementos urbanos como cal, cimento e pedaços de piche, decorados em forma de bolo feito em homenagem a São Paulo.

Seja na questão da metástase contemporânea, como foi a instalação Virulência, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1922, onde o grupo questionou a estabilidade das coisas, demonstrando visualmente o carácter transitório da matéria através das transformações da goma laca e consequentes contaminações que sugeriam os vidros de microscópio que compunham o ambiente.

Seja num espaço simbólico, como foi A utilização da forma ambiental, museu de Arte Contemporânea da Universidade São Paulo, forma esta que sugere O signo de peixes ( forma de x), em 1193, onde instalação Sétima sugeria um receptáculo (aquário) utilizando elementos tais como: Água, vidros e 11 barras azuis que envolviam todo o ambiente.

Seja no espaço patrimonial, como na instalação Patrimônio 595528, em 1994, onde o grupo criar uma discussão sobre a relatividade do preservacionismo atual, tanto da natureza quanto da cultura, no espaço da Estação Júlio Prestes da FEPASA.

Seja no próprio questionamento do valor do espaço como foi a instalação Urban Enclosure Moment na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo, em 1991, ou ainda a instalação Pai Nosso na Konzeptual Art Gallery em Munik, em 1994, onde através da evocação de uma fissura, o grupo em diferentes territórios chama a atenção do espectador sobre paradoxos visuais e conceituais.

A apropriação momentânea (segundos) de galerias em Nova York através da instalação Frisbee, no verão de 1995, onde forma circular espelhada- obra objecto- fora colocada na parede de cada galeria, espelhar imagem metonímica destas, questionando o seu valor cultural e institucional.

Meu prédio da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo do Centro Universitário Maria Antonia, o grupo composto por Ricardo Barreto, Ricardo Woo e Maria Godoy, BGW, apresenta uma curiosa indagação quanto ao contraponto e entre o supérfluo e o profundo, entre o pensamento e as decorações, reflexões sobre a massificação do pensar atual.